Os portugueses têm medo de ser felizes, digo eu. Ter
opiniões é coisa má, de desordeiros – os outros é que são desordeiros. Vivemos literalmente
à sombra do passado – somos conservadores (graças a Deus): mantenha-se tudo
como está, que isto mudar nunca dá bom resultado. E em vez de serem soluções a
abrir telejornais, são os problemas. E as soluções? Estão na parte de trás do
livro – que é como quem diz: basta ler os títulos. Mas convém não ler mais do
que isso.
Em vez de procurarmos oportunidades,
procuramos as falhas.
Hoje entre as 20h e 20h06 foi-me nítida
como nunca dantes a expressão ditadura
dos mercados – abrem todos os telejornais a mandar estatísticas para o ar:
aumentam os juros porque cai o governo e de repende há a prova irrefutável
de que não existe alternativa – nem se ouse falar nisso, a bem da nação (!);
eleições? elas são um problema dizem os outros – e se assim é, ninguém
acredita que elas sirvam para alguma coisa. Foi claro como nunca que a UE é uma
miragem e que somos governados a partir da Alemanha, ou melhor, de onde estiver
o raio da Chanceler. Somos muito bem
educados mas muito mal informados – quem são os jornalistas; como se faz e para
que serve o jornalismo? Para pensar não é certamente e o futebol não se joga
assim.
Foram provavelmente os 6 minutos mais
impressivos da minha vida política. Se isto é uma democracia, eu quero outra. (Se
não é, quero uma).
entao e os briefings q foram suspensos ate ser"esclarecida a situacao politica",mas os mesmos n eram pra esclarecer? que maduro me saiu este lomba!
ResponderEliminarHá uma infeliz coincidência entre o começo dos briefings e o começo das demissões, lá isso é verdade. Mas não mais do que isso. Pode ser que retomem nos próximos dias.
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