domingo, 23 de junho de 2013

Desconhecidos

Não admites mas conforto é o que mais queres na vida. Tens medo de morrer sozinho e nem a garrafa vazia espelha a solidão com que tens de viver todos os dias. Não acendes a chama em ninguém, não aqueces nem confortas o suficiente. As baladas que cantas não encantam musas inspiradoras e as que ouves afastam-nas.

Todos querem alguém que os aqueça durante a noite e que os faça suspirar de alívio quando a desgraça assola o mundo. A estabilidade perfeita de alguém que aprendemos a amar porque nos dá jeito e é cómodo. As noites frias depressa se aquecem, o frio deixa de rasgar a pele quando espreitas de uma ravina. A ganância está em termos de onde beber e ainda assim, querermos um melhor vinho.

Assinam-se os termos e condições a que ninguém presta atenção. Eu aceito-te como a minha reconfortante companheira. Tu aceitas-me como o teu porto seguro. E ficamos assim, descrentes um no outro, desconhecidos.

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